segunda-feira, 29 de agosto de 2016


CAPUCHINHA, nastúrcio, Tropaeolum majus


Capuchinha na horta do Sesc Osasco, agosto/2016


















Talvez a panc mais difundida entre os que querem iniciar usos culinários das pancs, seja a capuchinha, plantinha rasteira muito simpática presente em muitas hortas orgânicas, hortas urbanas e mesmo em canteiros de jardins, suas flores laranja, amarelo-ouro e um vermelhão quase vinho se destacam alegremente colorindo as hortas...

Em minha oficina no Sesc Osasco ocorrida no dia 14/8 aproveitei a grande quantidade da capuchinha na horta para fazer um patê de ricota com algumas folhas dela, porque possui um agradável sabor de agrião, talvez um pouco forte para se comer crua na salada, mas as flores são bem palatáveis para quem gosta da picância do agrião. Além disso ainda decora lindamente os pratos culinários.

Segundo Valdely Kinupp em seu livro PANC – Plantas alimentícias não convencionais, de seus frutos verdes pode-se fazer uma conserva: deixar na água salgada por 3 dias. Temperar vinagre com alho, pimenta, sementes de coentro, etc, e aquecê-lo, colocar em vidro esterilizado e cobrir com vinagre. Aquecer em banho-maria por 5 minutos. Substitutos das alcaparras.


Patê de folhas de capuchinha

1/2 de ricota
8 folhas cruas de capuchinha
azeite e sal a gosto
flores de capuchinha para decorar.

Processe tudo no mixer ou liquidificador. Decore com flores da capuchinha.


Capuchinha ou nastúrcio na horta do Sesc Osasco, agosto/2016

Patê de ricota com folhas de capuchinha


Salada panc's: azedinha, bertalha coração, serralha e flores de capuchinha e bruschetta panc's com pão artesanal da Masseria http://www.masseria.com.br/site/


Oficina de Panc's no Sesc Osasco, agosto/2016

sábado, 20 de agosto de 2016


CORAÇÃO DA BANANA VERDE

A primeira notícia que eu tive de uso do coração da banana verde, veio através do seu Paulo das Ervas de Jesus Pereira em Salesópolis, quando fui conhecer suas 880 espécies de plantas e árvores medicinais no ano passado: xarope do coração da banana para curar bronquite.

Mais tarde alguém me falou sobre fazer o coração da banana verde refogado... Quando fui ao Vale do Capão na Bahia, visitar minha amiga Ondina, falei do antepasto do coração da banana, assim que vi um pendurado em uma bananeira da horta do Lothlorien. Ganhamos nosso mangará (outro nome para o coração da banana verde) e preparamos como se fosse um antepasto de berinjela, sendo que esta é bem macia e o mangará mais durinho. Delicioso sabor!!!


ANTEPASTO DO CORAÇÃO DA BANANA VERDE

1 coração de banana verde, colhido antes das bananas amadurecerem 
2 colheres de sopa de suco de limão para 1 litro de água
2-3 dentes de alho picadinhos
1 pimentão em tiras
1 cebola em tiras
óleo de girassol para refogar
sal a gosto
opcional: 1 pimenta malagueta picadinha, azeitonas, uvas passas, salsinha picadinha, orégano ou majericão, azeite

Lave o coração da banana, retire as brácteas mais externas e suas “florzinhas”, corte ao meio e deixe de molho na água com bicarbonato, ou limão ou vinagre por aproximadamente 10 minutos, ferva nesta água o mangará e jogue a água. Repita essa operação por mais 3 vezes, para tirar o amargor. Fatie o mangará em tiras.

Pique e refogue os alhos e cebola em óleo de girassol, quando dourar, junte o coração da banana. Junte um pimentão em tiras, salgue a gosto, mexa de vez em quando, desligue quando as tiras de mangará estiver macias. Se quiser, acrescente um pouco de pimenta picadinha, azeitonas, uvas passas, salsa picadinha, orégano ou manjericão. Regue com azeite antes de servir. Fica muito gostoso no sanduíche.

Coração da banana verde ou mangará, agosto/16

Antepasto do mangará com decoração panc's: flores de capuchinha,  folhas de tanchagem, barba-de-falcão,  amoras verdes, sucesso garantido


segunda-feira, 15 de agosto de 2016

PICÃO BRANCO, Galinsoga parviflora, G. Quadriradiata e PICÃO PRETO, Bidens pilosa, B. alba


PICÃO BRANCO, Galinsoga parviflora, G. Quadriradiata e PICÃO PRETO, Bidens pilosa, B. alba



Desde a época de criança me lembro dessas plantas sempre presentes na horta da casa da minha mãe. O picão branco atraia meu olhar pelas suas minúsculas florzinhas que lembravam um pouco a uma margarida branca, minha flor predileta. E o picão preto, como não se lembrar de suas inúmeras sementes grudando na nossa roupa quando passávamos por perto dela? Até hoje continuo tirando suas sementes de minhas roupas.

Picão-branco, Galinsoga parviflora, Osasco, agosto/16

Na Colômbia o picão branco é chamado de guasca ou gua em Quéchua, muito usada na culinária andina, tem leve sabor de alcachofra após ser refogado. Muito rico em cálcio, ferro, riquíssimo em magnésio, além de boas doses de fósforo, manganês, sódio, zinco e cobre segundo dados de Valdely Kinupp no livro PANC – Plantas Alimentícias não Convencionais. Refogue como se fosse uma couve os galhos com folhas e flores. As folhas secas moídas podem ser guardadas e consumidas mais tarde. O chá de suas folhas é usado na medicina popular para doenças broncopulmonares, segundo Harri Lorenzi, no livro Plantas Medicinais.


Picão-branco, Osasco, em um canteiro na calçada, agosto/16


Picão-branco refogado com alho, delicioso sabor de alcachofra


Já o picão-preto, para mim, é uma farmácia viva: é muito utilizada em banhos em bebês quando estão com icterícia; em chá com gengibre e limão para combater febre, tosse e gripe. Também para curar laringite, hepatite, é vermífuga, para diabetes, disenteria, problemas no fígado... É anti-inflamatória, antibacteriana, antibiótica, antimicrobiana e antioxidante. Segundo Kinupp é riquíssimo em cálcio, fósforo, sódio e magnésio, além de boa fonte proteína, fibras, de ferro, manganês, cobre e zinco. As folhas jovens podem ser consumidas cruas em saladas ou refogadas.


                              picão preto ou carrapicho


                           picão preto, Bidens pilosa


Picão-preto, Bidens pilosa, estacionamento na rua Paim,  junho/16



sexta-feira, 5 de agosto de 2016


TAIOBA ROXA Xanthosoma violaceum

A taioba roxa é nativa da América Central. Conforme recomendação de Valdely Kinupp no livro Plantas Alimentícias não convencionais (PANC) no Brasil, as folhas e talos jovens podem ser consumidos desde que bem cozidos e os rizomas cozidos e fritos. Devemos sempre colher as folhas mais novas, tirar as nervuras principais, recomenda-se branqueamento, ou seja, ferva água e coloque as folhas rasgadas com os talos cortados em pedaços, conte até 3, retire e jogue água gelada para parar o processo de cozimento. Fatie e refogue depois normalmente com seus temperos preferidos, alho, cebola, pimenta, etc. Tem sabor leve de couve.

Suas folhas são ricas em potássio, cálcio, zinco, ferro, manganês, boro, etc. Os rizomas podem ser branqueados por alguns minutos, depois fatiados e fritos, segundo Kinupp.



Coletando mudas na Oficina de Identificação de Pancs no Jd. Damasceno, agosto/16 - foto: Nivalda Aragues

No dia 1/8 último, realizei uma Oficina de Identificação e Coleta de Mudas de Pancs no Espaço Cultural Jardim Damasceno, na Brasilândia. Saímos do Espaço Cultural e logo no barranco do campinho de futebol pudemos coletar várias espécies: dente-de-leão, radite, barba-de-falcão, tanchagem, etc.




Coletando mudas de pancs no Espaço Cultural Jd. Damasceno, agosto/16 - foto: Nivalda Aragues




Caminhamos mais pra frente seguindo o parque linear encontramos um terreno baldio com várias taiobas roxas com folhas enormes, coletamos aí várias mudas, algumas para plantar na horta do Espaço Cultural.

Também encontrei a taioba roxa no parque Mário Covas na avenida Paulista.



Coletando mudas de taioba roxa no Jd. Damasceno, Brasilândia, agosto/16 - foto: Nivalda Aragues

Taioba roxa no Parque Mário Covas na avenida Paulista - julho/16

Taioba roxa no Parque Mário Covas na avenida Paulista - julho/16